sexta-feira, 27 de março de 2015

Entre Aspas: Com pense ou sem pense?

O valor de pensar além do briefing proposto pelo cliente

por Paulo Ilha*
entreaspas200okokok“Certo dia, enquanto conversava com um grupo de amigos, ouvi uma história muito interessante. Um deles estava contratando uma nova diarista e, ao final da entrevista, questionou sobre o valor dos serviços. Ela, prontamente, respondeu:

‘O valor que eu cobro depende de como o senhor quer que eu trabalhe. O senhor quer ‘com pense’ ou ‘sem pense’?’.


Como ele não entendeu o que significava ‘com pense’ ou ‘sem pense’ ela logo tratou de explicar. ‘Funciona assim: no modelo sem pense o senhor anota e me fala tudo que eu devo fazer na sua casa e eu vou seguir tudo o que for mandado. Já, no ‘com pense’, o senhor me diz o que espera de mim e como gosta das coisas. Depois disso, não precisa ficar se preocupando com mais nada, quando chegar em casa ficará satisfeito, tenho certeza. Vou fazer tudo que for necessário, comprar os produtos de limpeza, organizar as coisas da melhor forma possível…’.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Hyper Island divulga o relatório “Changes of tomorrow”

Uma das tendências é que, mais do que nunca, consumidor quer pertencer a grupos

por propmark
hyper600
Mais do que nunca as pessoas querem fazer parte de uma tribo. Nós nos sentimos seguros em grupos, onde podemos proteger uns aos outros, colaborar e construir culturas com pessoas que são iguais a nós. Esses são alguns dos insights do relatório “Changes of Tomorrow” (“Mudanças do Amanhã”), divulgado pela Hyper Island, que destaca tendências nas áreas de comportamento humano, negócios, talento e tecnologia.


quarta-feira, 25 de março de 2015

Google rastreia preferência de público de TV para oferta de anúncios

Projeto está em fase de experimentação em Kansas City, nos Estados Unidos

por propmark

google-fiber-tvO Google anunciou que já está testando um novo serviço no qual a gigante da internet começa a rastrear também a preferência de espectadores de TV para que os comerciais veiculados durante a programação sejam baseados no histórico assistido pelas pessoas. Chamada Google Fiber TV, a tecnologia está em fase de experimentação em Kansas City, nos Estados Unidos.

terça-feira, 24 de março de 2015

Conheça a programação de conteúdos do Wave

Criatividade com pimenta: evento quer inspirar e provocar reflexões sobre o futuro das relações entre marcas e consumidores

FELIPE-TURLAO| » 23 de Março de 2015 10:57

WAVE
O Wave Festival tem inscrições abertas até 1ºde abril
Crédito: Edu Lopes
A oitava edição do Wave Festival in Rio, que ocorre nos dias 15 e 16 de abril, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, terá programação de seminários que pretende estimular reflexões sobre o futuro do mercado publicitário. Muitos dos questionamentos serão trazidos pelos próprios donos das verbas. Com participação ampliada no evento deste ano, os anunciantes terão presença não apenas como jurados — Gabriela Onofre, da P&G, estará na categoria PR, e Eduardo Tracanella, do Itaú, na estreante Branded Content —, mas também na disseminação de conteúdos. “Teremos uma atenção especial ao que o anunciante fala, para gerar ideias sobre o futuro do mercado e de como alguns valores da publicidade estão em transformação”, resume Maria Laura Nicotero, diretora executiva de eventos do Grupo Meio & Mensagem.


segunda-feira, 23 de março de 2015

Regimes políticos e impeachment


ValorAs manifestações de 15 de março foram eloquentes. A maioria de quem foi às ruas não votou em Dilma em outubro. Aí está a novidade. Antes, esses eleitores se limitavam a manifestar sua vontade nas urnas; agora, fizeram nas ruas. Protestos e manifestações pressionam os políticos. Quem se manifestou não tem o poder de votar contra Dilma na Câmara ou no Senado, mas o simples fato de ir à rua pode levar um deputado ou senador a mudar de ideia quanto à sua disposição de apoiar o governo. É verdade também que uma andorinha só não faz verão. Pode ser que seja necessária onda de manifestações para que o objetivo dos manifestantes seja  alcançado. Mas que objetivo, ou objetivos, é esse?


A julgar por cartazes e gritos de ordens muito comuns nas imagens e áudios, o “Fora Dilma” foi bastante presente. Como se sabe, no regime presidencial há maneira óbvia de pôr um presidente para fora: por meio da eleição. No caso de Dilma, já que não se pode disputar mais de uma reeleição seguidamente, ela estará de fato fora do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2019. Seja qual for o presidente eleito, não será Dilma. Porém, os manifestantes do dia 15 não querem esperar até lá, é o que se pode deduzir das inúmeras referências ao impeachment nos protestos e em sua cobertura midiática.

Leia mais em: http://grupom.com.br/regimes-politicos-e-impeachment/

sexta-feira, 20 de março de 2015

Depois dos millenials, os edges

Vem vindo uma nova geração. Os edges cresceram num cenário bem mais complexo que os millenials, um mundo em crise econômica e de valores. Um mundo onde as possibilidades se tornaram mais limitadas, os modelos de sucesso não são tão simples, a tecnologia é default

edgeA parte Interactive do SXSW acabou e mesmo no seu último dia ainda tive a surpresa de ver algo novo que ainda não havia surgido nas discussões anteriores, o perfil da nova geração que vai seguir os millenials: a edge.

Os millenials ainda são tema de diversas talks por aqui. Mais que tema, eles são a maioria aqui, como participantes, palestrantes, expositores etc. É a geração que viveu todo o boom tecnológico, valorizou o empreendedorismo, redefiniu valores de trabalho, da economia. Uma geração que cresceu num mundo onde as possibilidades eram infinitas, eles podiam ser tudo, fazer tudo. E muitos fizeram. Todas essas possibilidades trouxeram também algumas questões. Os milleninals são considerados a geração com maior nível de stress, inventaram a crise dos 25 anos(!), e são classificados, por alguns, como takers: pessoas que pegam o que querem e acreditam que tudo deve estar disponível para elas.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Diretor do Google X exalta a importância dos erros na criação de produtos


Astro Teller em keynote do SXSWEm uma concorrida sessão realizada no Hall 5 do Centro de Convenções de Austin nesta terça-feira  (17),  o cientista e escritor Astro Teller – seu nome verdadeiro é Eric Teler – que tem o cargo de Captain of Moonshots do Google X, fez uma das melhores apresentações do programa de Interactive do SXSW 2015.

“Moonshot” é a expressão utilizada par os projetos de inteligência do futuro desenvolvidos na “fábrica” de inovações do Google, chamada Google X. É do laboratório coordenado por Teller que saem projetos como o Google Glass, Loon (sobre balões no espaço), carros inteligentes e o Ara (celulares modulares). Há cerca de dez projetos em desenvolvimento. O Google X é considerado um “laboratório secreto”, mas o próprio Teller admite que ele e o laboratório têm “aparecido” mais ultimamente. Os “moonshots” do Google envolvem projetos que ainda não possuem um modelo de negócios no mercado atual, mas que podem gerar grandes nichos de negócios em médio ou em longo prazo.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Google realiza treinamento em marketing digital no Brasil

O inglês Niall McKinney vai liderar o Mobile Leadership Series

por Claudia PenteadoPublicado Segunda-Feira, 16 de Março de 2015 10:15
McKinney: “o mobile é mais do que marketing, é uma abordagem para todo o negócio”

McKinney: “o mobile é mais do que marketing, é uma abordagem para todo o negócio”Há 96 milhões de brasileiros online e muitos deles estão com a conexão na palma da mão. Um em cada dois brasileiros entre 16 e 34 anos possui um smartphone. Embora muitos anunciantes estejam na vanguarda desse fenômeno, a grande maioria das marcas ainda não possui estratégias mobile verdadeiramente eficazes. Com foco nessa abordagem, o Google oferece nesta semana, para cerca de cem convidados, em São Paulo, o Mobile Leadership Series, um workshop fechado pensado para ajudar os tomadores de decisão nas principais empresas e agências do Brasil a entender as mudanças trazidas pelo mobile e a criar estratégias que os ajudem a aproveitar a oportunidade.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Internet of Things: a informação de consumo será ubíqua


http://grupom.com.br/wp-content/uploads/2015/03/InternetofthingsIDCintelligentsystems_300.jpgDefinida como a “característica do que existe ou está praticamente na maioria dos lugares”, a ubiquidade é associada, em grande medida, à “onipresença”, como a capacidade, antes exclusivamente “divina”, “de estar, ao mesmo tempo, em todos os lugares”. Assim é a internet. Ubíqua e onipresente nas nossas vidas.

A maior prova disso é o despontar do que se convencionou chamar de a “internet das coisas” (Internet of Things – IoF). Tida como o futuro da sociedade, a internet das coisas se propõe a permitir que quaisquer objetos do nosso dia a dia possam interagir com pessoas e com outros objetos, quando conectados à rede. Trata-se, portanto, de uma internet totalmente ubíqua e invisível, permeando absolutamente tudo à nossa volta. Justamente o que alicerça a sua conceituação: “possibilidade de conectar o mundo físico com o mundo digital por meio da web” (segundo o Horizon Report).

quinta-feira, 12 de março de 2015

Treinar antes, quarter e bônus depois

A ideia anacrônica de que treinamento demora, custa caro e não dá resultados imediatos é tão historicamente ultrapassada quanto chamar propaganda de reclame.

11 de Março de 2015 08:42
Por Pyr Marcondes, diretor geral da M&M Consulting

Um dos angustiantes gargalos do marketing digital no Brasil hoje é gente. Falta de. Demanda maior que oferta.

Num mercado que mesmo diante das situações adversas da economia insiste em crescer horizontalmente e se diversificar verticalmente, o marketing digital, em toda a sua diversidade (não é só mídia, é todo o ecossistema de tecnologia, hard e softwares)­ está contratando. No contra fluxo de uma indústria que demite.
Só tá faltando quem.

M&M20150302

quarta-feira, 11 de março de 2015

Adobe Cloud apresenta novas soluções

por Mariana Zirondi, de Salt Lake City

Brad Rencher, vice-presidente de Digital Marketing da Adobe
Brad Rencher, vice-presidente de Digital Marketing da Adobe
A abertura do Adobe Summit 2015 aconteceu nesta terça-feira, em Salt Lake City, em Utah, nos Estados Unidos. Entre os diversos temas debatidos, a experiência do consumidor pode ser apontada como tendência para marketers espalhados pelo globo. Durante a sessão, comandada por Brad Rencher, vice-presidente de Digital Marketing da Adobe, e com a presença do Presidente e CEO Shatanu Narayen, duas novas soluções foram lançadas para o Adobe Marketing Cloud, reforçando sua liderança na venda de marketing na nuvem.

A primeira delas, Adobe Audience Manager, oferece novas informações para gerenciar o tráfego dos consumidores. Isso inclui uma nova Audience Marketplace, para comprar e vender dados anônimos de audiência e identificar os indivíduos de uma família que usam um mesmo dispositivo.

terça-feira, 10 de março de 2015

Dilma e Nixon


http://grupom.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Corel6.jpgNa política americana, e talvez mundial, há a expressão “somente um Nixon poderia ir à China”. Trata-se de uma referência à visita do então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em 1972, à China plenamente comunista. Nixon era conhecido no seu país como um radical anticomunista. No entanto, mesmo assim ele se reuniu com o secretário-geral do Partido Comunista, restabelecendo relações diplomáticas entre os dois países e reiniciando um lento e contínuo processo de reaproximação. Vale lembrar que se vivia no início dos anos 1970 o auge da Guerra Fria e a China, junto com a União Soviética, era tida como um dos principais inimigos americanos.

Não se trata de um episódio trivial.

Foi justamente o fato de Nixon ser um empedernido anticomunista que permitiu que ele se reaproximasse da China comunista. O motivo é simples. A ideologia de Nixon e o seu compromisso em combater o comunismo era muito sólido e bem estabelecido em sua imagem de líder político. Assim, ele tinha mais do que qualquer outro a autoridade de fazer o que fez. Somente ele poderia liderar a sua base política de direita e persuadi-la de que se tratava de um movimento aceitável. Basta imaginar o oposto. Se um presidente americano de esquerda fizesse a aproximação com a China, ele iria ser imediatamente acusado de querer implantar o comunismo nos EUA. Isso jamais aconteceu com Nixon.

Leia o post completo em: http://grupom.com.br/dilma-e-nixon/

segunda-feira, 9 de março de 2015

A mãe de todas as derrotas

Passou o carnaval e, como estamos acostumados a afirmar, o ano começou. Feliz 2015, prezados leitores e leitoras! Aliás, passamos dois meses dizendo “feliz 2015″ para todos aqueles que encontramos apenas depois do Réveillon. Do ponto de vista formal, o ano começou com a posse de Dilma. Do ponto de vista substantivo, na política, o ano começou um mês depois, em 1º de fevereiro, com a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara. Os dois eventos se juntam agora, no início do ano pós-carnavalesco, o ano que vale para um país chamado Brasil.


CorelA eleição de Cunha para a presidência da Câmara representa uma derrota significativa para o governo. Trata-se da “mãe de todas as derrotas” que se seguiram, e foram várias. Há duas comissões parlamentares, no âmbito da Câmara dos Deputados, que são de grande importância para o processo legislativo, em particular quando o governo Dilma terá que aprovar novas medidas econômicas, que são uma inflexão na comparação com a política macroeconômica adotada no primeiro mandato. Trata-se da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e da Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Os parlamentares que estarão à frente das duas comissões são figuras de confiança de Cunha e, portanto, não necessariamente vão defender a posição do governo.

sexta-feira, 6 de março de 2015

A Classe “C” vai à Disney e ao Walmart


CorelEstá longe o tempo em que somente os brasileiros da classe “A” iam à Disney. Há cinco anos, fui lá pela primeira vez na condição de pai. Agora, no início de 2015, acabo de retornar da terra do Mickey Mouse e a diferença, no que tange à presença brasileira, é imensa. É possível que os brasileiros sejam em torno da metade dos frequentadores dos parques da Disney durante o inverno americano. Digo isso baseado em uma evidência anedótica.


Há uma atração no parque Hollywood Studios da Disney chamada “Lights, Motors, Action. Extreme Stunt Show”, na qual é apresentado ao vivo e em cores como se faz para filmar uma perseguição automobilística. Há uma enorme arquibancada que comporta uma plateia bastante numerosa. Na primeira parte, o locutor apresenta um dos pilotos de automóvel afirmando que, além de ser um dos melhores dos Estados Unidos, ele é brasileiro. Então, o microfone é passado para ele, cujo nome é Ricardo Oliveira. Ele saúda em português os brasileiros e, diante de uma primeira reação morna, solicita que os brasileiros levantem a mão e gritem de maneira mais entusiasmada. Quando isso é feito, tem-se a impressão de se tratar de metade das pessoas que ocupavam a arquibancada.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Rio de Janeiro completa 450 anos e é polo de conteúdo

Belezas naturais são cenários de grandes produções

filme-rio-2O Rio de Janeiro chega aos 450 anos – completados no último dia 1º – com muita história boa para contar, ao menos como geradora de conteúdo que virou referência mundial. As belezas naturais foram – e são – cenários de grandes produções. Suas paisagens foram usadas por marcas importantes do Brasil e do mundo. A Johnnie Walker “acordou” o Pão de Açúcar com a campanha “Gigante”, criada pela Neogama/BBH. A Havaianas é outra marca que usa e abusa das praias cariocas em sua comunicação; e a Ipanema tomou para si o nome de um dos bairros e praias mais famosos do mundo. A realização do Rio Content Market, que aconteceu na semana passada e reuniu lideranças que discutiram a produção de conteúdo audiovisual, é outro exemplo do quanto a capital fluminense é importante quando o assunto é geração de conteúdo.

A INTERNET MAIS RÁPIDA DO MUNDO

Por Pedro Augusto Leite Costa

O provedor de Internet da Ephrata é o iFiber
O provedor de Internet da Ephrata é o iFiber
A última vez, e talvez a única, que o mundo percebeu que Ephrata existia foi quando um aposentado da Boeing chamado Jim McCullar ganhou o segundo maior prêmio da loteria dos Estados Unidos: US$ 380 milhões, em 2011, após comprar um bilhete no Safeway, na Basin Street, única rua movimentada da região. De lá para cá, essa modorrenta cidade, encravada no deserto que vai da cordilheira do Pacífico até o Estado de Idaho, basicamente proporciona duas alegrias aos visitantes: quando eles chegam e quando eles saem.

Mas agora, Ephrata, cujo nome é sinônimo de oásis, está virando celebridade. Segundo uma pesquisa do blog Gizmodo, os habitantes de Ephrata têm a internet mais rápida do mundo (101,6 Mbps), enquanto o resto dos Estados Unidos se conforma com 18,2 Mbps, em média. Orgulhosa do seu clima seco e frio, além da proximidade do rio Columbia, que proporciona energia barata, qualidades essenciais para refrigeração de servidores, a cidade está abrigando “data centers” gigantes (mais de nove) – entre eles da Microsoft, Yahoo e Intuit – e, acima, de tudo, a alegria da internet veloz para seus felizardos moradores e empresários.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Dilma faz lembrar Mitterrand

or: Alberto Carlos Almeida
brasfrancePor motivos lamentáveis, a França está muito presente na mídia. Radicais islâmicos sempre encontrarão um motivo para levar a cabo um ato terrorista. Desta vez, o motivo foi um conjunto de peças de humor que ofendem os que professam o islã. A lembrança intensiva da França nos remete a um episódio histórico de grande importância, bem diferente do atual, porém muito semelhante ao que acontece no Brasil hoje. Não há no horizonte brasileiro, por enquanto, ameaça terrorista. Não temos uma minoria islâmica, muito menos grupos que não tenham sido incorporados pelo “ser brasileiro” ou “tornar-se brasileiro”. Isso nos deixa distantes dos franceses. Por outro lado, política econômica todos os países têm, e inflexões de política econômica não são casos únicos no mundo.


François Mitterrand foi um dos maiores estadistas franceses. Sua trajetória política foi oposta ao que uma vez Winston Churchill eternizou na frase: “Quem não foi socialista até os 30 anos de idade não tem coração; quem não se tornou conservador depois dos 30 não tem cabeça”. Inicialmente conservador, Mitterrand fez parte da resistência francesa à ocupação alemã e passou uma parte significativa de sua vida política e parlamentar no Partido Comunista Francês. Como ministro do Interior do governo Pierre Mendès-France (1954-1955), ele teve que lidar com a guerra de independência da Argélia, quando declarou que a “Argélia é a França”. Os árabes, portanto, têm razão quando afirmam que estão hoje na França porque antes a França desembarcou em seus países. Mitterrand ficou sem mandato, saiu do Partido Comunista, entrou no Partido Socialista e tornou-se presidente em 1981. Na época, o mandato do presidente era de sete anos, com direito a reeleição. Algo inédito no mundo ocidental. Mitterrand foi eleito e reeleito, passando, portanto, 14 anos no Palácio do Eliseu. Lula ficou somente oito anos no Palácio do Planalto, assim como Dilma ficará somente isso. Caso Lula queira ser presidente do Brasil por mais tempo do que Mitterrand foi presidente da França, terá que ser eleito em 2018 e reeleito em 2022.

terça-feira, 3 de março de 2015

O Ministério de Dilma na Câmara


Partidos2015O parlamentarismo foi cruel com a Europa. Trata-se de um sistema de governo no qual não há efetiva divisão de poderes. O Poder Executivo – o primeiro-ministro e seu gabinete – é uma extensão do parlamento. Uma vez formada a maioria parlamentar, os deputados daquele partido ou coligação de partidos ocupam os ministérios. Como diz o nome, o primeiro-ministro é o “primus inter pares”. Está acima de seus pares, é o primeiro, é o superior. Formado o governo, os deputados retêm o poder de destituí-lo. Se, por alguma razão, a maioria de sustentação do governo decidir que é preciso mudar o primeiro-ministro, ela tem a prerrogativa de fazê-lo. Trata-se, é claro, de uma situação, em geral, indesejável. Mas a possibilidade de os deputados trocarem o governo está sempre no horizonte.



Há estudos acadêmicos, fartamente documentados, que mostram que os sistemas parlamentaristas são mais gastadores do que os presidencialistas. O Estado é maior nos países parlamentaristas do que nos presidencialistas. A razão para isso é a mencionada no parágrafo anterior: se o primeiro-ministro e os deputados que ocupam os ministérios não gastarem, são derrubados e trocados por deputados gastadores.

Por Alberto Carlos Almeida

segunda-feira, 2 de março de 2015

Classe média associa consumo ao sucesso

Estudo da McKinsey mapeou as principais transformações nos últimos 10 anos



Fernanda Hoefel: consumo tem papel centralA já nem tão nova classe média brasileira – cerca de 70% da população brasileira – foi alvo de um estudo realizado pela McKinsey (consultoria global) que mapeou algumas das principais transformações nos últimos 10 anos, desde quando a maior preocupação era ter boa comida na mesa até os dias atuais, em que as aspirações passam por outras categorias de bens de consumo como eletroeletrônicos, além de lazer de uma maneira geral.

Fernanda Hoefel, que liderou o estudo, diz que o que mais chama atenção é o quanto o consumo representa o papel central na vida da classe média, associado a bem-estar e sucesso.
Fernanda Hoefel: consumo tem papel central
 
Acompanha essa tendência o alto endividamento e a pouca intimidade com planejamento financeiro. O baixo nível de educação financeira resulta na falta de traquejo com a organização das finanças e onde melhor aplicar dinheiro. Fernanda aponta para o fato, por exemplo, de que boa parte desse grupo ainda acredita que endividar-se no cartão de crédito é melhor negócio do que eventualmente financiar um bem junto ao banco. Paga, sistematicamente, o valor mínimo das faturas, transformando prazer em pesadelo. Um total de 61% das pessoas da classe média possuem cartões de crédito e pelo menos metade das transações é usada para pagar bens de consumo como produtos eletroeletrônicos, roupas e livros. Pelo menos 27% dos usuários de cartão não têm condições de pagar as dívidas que fazem, e 20% estão com o nome na lista Serasa/SPC. Pelo menos 12% já tiveram de renegociar dívidas de empréstimos em bancos.