As manifestações de 15 de março foram eloquentes. A maioria de quem foi
às ruas não votou em Dilma em outubro. Aí está a novidade. Antes, esses
eleitores se limitavam a manifestar sua vontade nas urnas; agora,
fizeram nas ruas. Protestos e manifestações pressionam os políticos.
Quem se manifestou não tem o poder de votar contra Dilma na Câmara ou no
Senado, mas o simples fato de ir à rua pode levar um deputado ou
senador a mudar de ideia quanto à sua disposição de apoiar o governo. É
verdade também que uma andorinha só não faz verão. Pode ser que seja
necessária onda de manifestações para que o objetivo dos manifestantes
seja alcançado. Mas que objetivo, ou objetivos, é esse?
A julgar por cartazes e gritos de ordens muito comuns nas imagens e áudios, o “Fora Dilma” foi bastante presente. Como se sabe, no regime presidencial há maneira óbvia de pôr um presidente para fora: por meio da eleição. No caso de Dilma, já que não se pode disputar mais de uma reeleição seguidamente, ela estará de fato fora do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2019. Seja qual for o presidente eleito, não será Dilma. Porém, os manifestantes do dia 15 não querem esperar até lá, é o que se pode deduzir das inúmeras referências ao impeachment nos protestos e em sua cobertura midiática.
Leia mais em: http://grupom.com.br/regimes-politicos-e-impeachment/
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