Por
motivos lamentáveis, a França está muito presente na mídia. Radicais
islâmicos sempre encontrarão um motivo para levar a cabo um ato
terrorista. Desta vez, o motivo foi um conjunto de peças de humor que
ofendem os que professam o islã. A lembrança intensiva da França nos
remete a um episódio histórico de grande importância, bem diferente do
atual, porém muito semelhante ao que acontece no Brasil hoje. Não há no
horizonte brasileiro, por enquanto, ameaça terrorista. Não temos uma
minoria islâmica, muito menos grupos que não tenham sido incorporados
pelo “ser brasileiro” ou “tornar-se brasileiro”. Isso nos deixa
distantes dos franceses. Por outro lado, política econômica todos os
países têm, e inflexões de política econômica não são casos únicos no
mundo.
François Mitterrand foi um dos maiores
estadistas franceses. Sua trajetória política foi oposta ao que uma vez
Winston Churchill eternizou na frase: “Quem não foi socialista até os 30
anos de idade não tem coração; quem não se tornou conservador depois
dos 30 não tem cabeça”. Inicialmente conservador, Mitterrand fez parte
da resistência francesa à ocupação alemã e passou uma parte
significativa de sua vida política e parlamentar no Partido Comunista
Francês. Como ministro do Interior do governo Pierre Mendès-France
(1954-1955), ele teve que lidar com a guerra de independência da
Argélia, quando declarou que a “Argélia é a França”. Os árabes,
portanto, têm razão quando afirmam que estão hoje na França porque antes
a França desembarcou em seus países. Mitterrand ficou sem mandato, saiu
do Partido Comunista, entrou no Partido Socialista e tornou-se
presidente em 1981. Na época, o mandato do presidente era de sete anos,
com direito a reeleição. Algo inédito no mundo ocidental. Mitterrand foi
eleito e reeleito, passando, portanto, 14 anos no Palácio do Eliseu.
Lula ficou somente oito anos no Palácio do Planalto, assim como Dilma
ficará somente isso. Caso Lula queira ser presidente do Brasil por mais
tempo do que Mitterrand foi presidente da França, terá que ser eleito em
2018 e reeleito em 2022.
Leia o post completo em: http://grupom.com.br/dilma-faz-lembrar-mitterrand/
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