terça-feira, 10 de março de 2015

Dilma e Nixon


http://grupom.com.br/wp-content/uploads/2015/03/Corel6.jpgNa política americana, e talvez mundial, há a expressão “somente um Nixon poderia ir à China”. Trata-se de uma referência à visita do então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em 1972, à China plenamente comunista. Nixon era conhecido no seu país como um radical anticomunista. No entanto, mesmo assim ele se reuniu com o secretário-geral do Partido Comunista, restabelecendo relações diplomáticas entre os dois países e reiniciando um lento e contínuo processo de reaproximação. Vale lembrar que se vivia no início dos anos 1970 o auge da Guerra Fria e a China, junto com a União Soviética, era tida como um dos principais inimigos americanos.

Não se trata de um episódio trivial.

Foi justamente o fato de Nixon ser um empedernido anticomunista que permitiu que ele se reaproximasse da China comunista. O motivo é simples. A ideologia de Nixon e o seu compromisso em combater o comunismo era muito sólido e bem estabelecido em sua imagem de líder político. Assim, ele tinha mais do que qualquer outro a autoridade de fazer o que fez. Somente ele poderia liderar a sua base política de direita e persuadi-la de que se tratava de um movimento aceitável. Basta imaginar o oposto. Se um presidente americano de esquerda fizesse a aproximação com a China, ele iria ser imediatamente acusado de querer implantar o comunismo nos EUA. Isso jamais aconteceu com Nixon.

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