sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O eleitor virou um enigma

Por Monica Gugliano
Na véspera das eleições municipais, o Ibope divulgou uma pesquisa em que mostrava o candidato à Prefeitura de São Paulo João Doria (PSDB) com 35% das intenções de votos válidos, o que garantiria a ele um lugar no segundo turno. A vaga do segundo colocado, no entanto, estava indefinida: Celso Russomanno (PRB) aparecia com 23%, Marta Suplicy (PMDB), com 19%, e Fernando Haddad (PT), com 15%.
No dia seguinte, o resultado das eleições mostrou uma grande distância entre a projeção do instituto de pesquisa e a vida real. Pela primeira vez na história da capital paulista, um prefeito foi eleito em primeiro turno. Doria conquistou 53,3% dos votos válidos, ou seja quase 20 pontos percentuais de diferença do previsto. Em segundo lugar ficou Haddad (16,7%), seguido de Russomanno (13,6%) e Marta (10,1%).
“Só esse método ‘face to face’ [cara a cara] que é usado não dá conta”, admite Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência, onde trabalha há 35 anos. “Apesar de sabermos que ele é ainda o único que representa o eleitorado como um todo, ele não dá conta de detectar as mudanças que acontecem com muita rapidez na reta final”, diz.

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