quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Agir com compaixão e planejamento

É preciso mensurar riscos, projetar cenários e planos de ação para cada situação de crise prevista. A Copa deixou aos brasileiros a lição dolorosa do destino reservado a quem não treina com afinco

| »11 de Novembro de 2014 12:30
Por Mauro Lopes (*)
calculator_300Crise todo mundo tem. A palavra tornou-se tão genérica que qualquer situação de aperto, angústia ou desconforto virou crise. Mas não é bem assim. Crise é toda situação na qual causamos prejuízo à nossa relação conosco ou com os outros: é algo que pertence à esfera relacional. Portanto, um fato, um evento não abre uma crise. Se uma empresa devasta uma área relevante da Floresta Amazônica, isso é uma crise? Não necessariamente, se nenhum satélite passar pela área, se ninguém ficar sabendo. Pode ser um crime, mas não uma crise. Se o satélite flagrar e a foto cair na mídia social, aí temos uma baita crise.
A crise é a soma do efeito de uma ação sobre outrem e da percepção gerada. A percepção do prejuízo é muito mais relevante que o prejuízo avaliado quantitativamente. Um milhão de árvores derrubadas é muito mais que uma árvore. Mas, por vezes, a percepção de prejuízo de uma única árvore derrubada diante da sede de uma empresa em São Paulo pode ser incomparavelmente maior à de milhões na Amazônia. Essa percepção qualifica o tamanho da crise — quanto maior o sofrimento sentido, maior a crise.

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