quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Palanque iluminado

Por Monica Gugliano | Para o Valor, de São Paulo


Paulo Betti, militante do PT desde seu início
Paulo Betti, militante do PT desde seu início
“Sem medo de ser feliz! Quero ver chegar! Lula lá! Brilha uma estrela! Lula lá cresce a esperança! Lula lá (…)” A letra do jingle de Carlito Maia e Hilton Acioli, que se tornou um dos mais populares na história das campanhas eleitorais brasileiras, animava multidões nos comícios em 1989. Era o segundo turno da eleição para presidente da República. A primeira pelo voto direto desde 1960. O metalúrgico petista Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrentava nas urnas o ex-governador de Alagoas Fernando Collor de Mello, perdeu. Mas sua campanha mobilizou uma constelação disposta a emprestar seu brilho e orbitar ao redor de um político que só teve comparação com aquela vista nas Diretas Já, em 1984. “O movimento, suprapartidário, tinha um objetivo único: a volta da democracia”, diz a cantora Fafá de Belém, que mobilizava a população ao entoar o “Hino  Nacional” em atos que reuniam até um milhão de pessoas.

No programa de Lula na TV em 1989, uma gravação exibia a nata da classe artística. Braços erguidos, agitando bandeiras com a estrela do PT e vestidos com roupas brancas, celebridades do cinema, do teatro, das novelas globais, da MPB, entoavam os versos do jingle “Lula lá”. Estavam ali Chico Buarque, Gal Costa, Marieta Severo, Wagner Tiso, José Mayer, Malu Mader, Betty Faria, Aracy Balabanian e muitos outros. Em videoclipe, um trio formado por Chico, Gilberto Gil e Djavan apresentavam versão diferente da canção. “Aquele foi um momento especial irrepetível, surgiu quase naturalmente, as pessoas estavam muito motivadas”, afirma o ator Paulo Betti, que produziu a gravação do jingle e até hoje milita nas fileiras petistas.

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