O comércio eletrônico é o canal que mais cresce no mundo. Mesmo assim, ainda há espaço para muito desenvolvimento.
O e-commerce
brasileiro cresce ano após ano em faturamento e em participação no
mercado nacional, mas ainda tem grande potencial. Mais confiante nas
ferramentas online e nas plataformas para compra, o consumidor brasileiro é
atraído pela conveniência.
A internet chegou ao Brasil em meados de 1995 com o serviço sendo disponibilizado ao público e às empresas. Mas o e-commerce começou a se desenvolver cerca de cinco anos depois. Uma das primeiras grandes lojas virtuais é a Submarino, que iniciou sua operação em 1999. Desde então, as vendas através da internet não pararam de crescer. Com ferramentas mais modernas, sites mais seguros e o consumidor mais a vontade com o ambiente virtual, o e-commerce brasileiro possui números que impressionam.
Seja pela conveniência de não ter que sair de casa para fazer uma compra, pelo maior número de opções de compra ou pela possibilidade de comparação, o consumo via web cresce ano após ano. Para algumas empresas, os web shoppers representam a maior fatia do faturamento. Na Saraiva, o maior ponto de venda da rede é a loja virtual, cuja participação corresponde a 33% das vendas. Em 2012, os consumidores movimentaram R$ 10,2 bilhões nas lojas virtuais. Para 2017, a previsão é de um faturamento de R$ 25 bilhões. Parte deste boom será impulsionado pelos consumidores com renda familiar mensal de até R$ 3 mil.
O ritmo ascendente dura pelo menos cinco anos. Dados da e-bit mostram que entre 2009 e 2010, o crescimento foi de 40%. Entre 2010 e 2011, as compras via web aumentaram em 26%. Neste mesmo período, foram 9 milhões de consumidores que compraram pela primeira vez no ambiente virtual. O aumento de poder de compra da classe C influenciou os resultados: dos nove milhões de consumidores conquistados em 2011, 61% pertencem à nova classe média. O bom momento da economia nacional também ajuda a impulsionar as vendas.
As compras na web vão muito além de itens como livros, DVDs e eletrodomésticos. Nos últimos anos, diversas empresas entraram no ambiente virtual oferecendo pacotes de turismo, hospedagem e passagens aéreas. O setor de vestuário, acessórios e moda também ganhou espaço e deve representar uma nova fase para o e-commerce nacional.
As empresas que conquistarem o seu espaço no comércio online terão vantagem sobre as demais e estarão preparadas para um mercado que ainda tem muito a crescer. Estes fatores fazem com que o comércio eletrônico viva um momento único no Brasil. O ambiente virtual movimenta mais em vendas que os shoppings centers. Enquanto o comércio eletrônico de São Paulo registrou vendas de R$ 7,8 bilhões, os shoppings venderam R$ 7,2 bilhões, de acordo com a Fecomércio-SP.
O Brasil tem 32 milhões de pessoas comprando pela internet e 86% dos web shoppers brasileiros se dizem satisfeitos com o comércio virtual. A divisão entre homens e mulheres é bem equilibrada: 51% são homens e 49% são mulheres. Já a média de idade fica entre 35 e 49 anos, a faixa mais representativa também para o e-commerce como um todo. O ticket médio do webshopper é de R$ 350,00.
Mais da metade dos brasileiros usam a internet para a compra de produtos para a casa. As informações são da Global Shopper Marketing E-Commerce, da Nielsen. Segundo a análise, 55% da população usam as lojas virtuais, média acima do restante da América Latina, que é de 42%.
O percentual aumenta quando o assunto é a pesquisa para a compra de mantimentos (78%) e a busca pelas ofertas online (73%). Ainda segundo o estudo, 63% dos brasileiros utilizam a internet para comparar preços de alimentos, 60% para buscar informações, 43% para ler tablóides de lojas de alimentos, 36% para buscar cupons, 32% para pesquisas, 15% para dar feedback sobre um mantimento em mídias sociais e 10% para a utilização de listas de compras online.
Evolução das compras (em bilhões de reais). Fonte e-bit
As categorias mais vendidas no e-commerce nacional:
Livros, CDs, DVDs e itens de informática sempre estiveram entre os itens mais vendidos no ambiente virtual. Com o amadurecimento das vendas online e dos web shoppers, outros produtos entraram neste ranking.
Alguns números ainda são divergentes, de acordo com a metologia aplicada pela pesquisa e pelos aspectos considerados. Dados do Ibope de 2011 indicam que os eletroeletrônicos lideram com maior número de compras, seguidos por vestuário/têxtil e itens de cultura (livro, CD e DVD). Fecham a lista dos mais procurados os objetos de casa e decoração e de informática.
Pesquisa da Forrester Research apontou um ranking um pouco diferente: segundo o levantamento, os produtos mais consumidos são livros, aparelhos eletrônicos e de informática, além de haver um aumento nas compras de itens de vestuário e acessórios. O relatório não inclui os gastos com viagens adquiridas pelo e-commerce.
Uma outra pesquisa, desta vez do e-bit, aponta os eletrodomésticos como itens de maior procura na web com 13%. Empatados na segunda colocação estão os segmentos de saúde, beleza e medicamentos. Em terceiro lugar estão moda e acessórios, com 11%. Livros, revistas e assinaturas de jornais representam 10% do volume de vendas. Na quinta posição estão os itens de informática com 9%. Entre 2011 e 2012, algumas categorias registraram grande crescimento. Esporte e lazer cresceu 145%. Moda cresceu 108% no mesmo período. Enquanto isso, joalheria cresceu 55%.
Confiança do brasileiro no comércio eletrônico aumentou
A confiança nos brasileiros nas compras virtuais aumentou e isso se reflete diretamente no volume de vendas. Um estudo do Advertising Bureau (IAB Brasil) em parceria com a comScore mapeou alguns hábitos e comportamentos deste grupo. De acordo com o levantamento, 36% dos entrevistados passam ao menos duas horas por dia navegando na internet para fins pessoais. A web também é a atividade preferida por todas as faixas etárias, de renda, gênero e região: se tivessem 15 minutos livres, 62% dos respondentes optariam por se dedicar a atividades online.
A presença da web é tanta, que, em casa, o uso já supera o de jornal pela manhã (69% contra 14%, respectivamente) e o de TV à noite (78% acessam a web no período contra 46% que assistem à televisão). Não é à toa que a internet é a mídia mais utilizada em lugares e situações como trabalho (60%), na casa de amigos ou familiares (52%,) escola (44%), restaurantes e cafés (44%), em reuniões com amigos (43%) e no shopping/fazendo compras (34%).
Para 80%, a internet é considerada a mídia mais importante. A TV foi citada por 50% dos pesquisados e o jornal por apenas 37%. Mesmo quando estão assistindo à televisão, 61% costumam estar navegando online. A frequência de acessos à rede também é maior. Enquanto 79% afirmam conectar na internet várias vezes por dia, 56% assistem à TV mais de uma vez no mesmo período.
A mudança de comportamento está ligada ao crescimento da participação de dispositivos móveis. Desktops ainda são a principal forma para acessar a web, com 77%. Os laptops, no entanto, somam 59% dos acessos e os smartphones, 40%. Tablets também vêm ganhando representatividade com 16%.
Além de 65% afirmarem que pesquisam na internet produtos que gostariam de comprar online, 60% já consideram o ambiente digital o mais conveniente para fazer compras. A expansão do e-commerce também está ligada à aceitação cada vez maior de ações de Marketing Digital por parte dos consumidores. De acordo com a pesquisa, os anúncios na internet são os que menos incomodam (36%), são os mais criativos (49%) e os mais verossímeis (37%).
Na opinião de 57% dos entrevistados, as ações de Marketing online têm motivado a comprar produtos (57%) ou visitar lojas anunciadas (56%). Já 60% dizem ser incentivados a buscar mais informações sobre os produtos oferecidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário