quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A classe C vai às compras.


Parece uma contradição. Mas o fato é que uma série de empresas de produtos populares enfrentam dificuldades causadas pelo aumento de renda. Contradição? Nenhuma. Pura lógica que algumas empresas parecem não aceitar.

A recuperação de renda no Brasil tem que ser analisada por um aspecto complementar. Há anos dizemos que a propaganda brasileira está entre as melhores. É verdade. Falamos também que a TV brasileira está entre as melhores. Também é verdade. Relatamos que o mercado brasileiro, há mais de uma década, interessa para empresas de todo mundo. Outra verdade. Coloque tudo no caldeirão e fica fácil perceber que o consumidor brasileiro, vem sendo, há muito tempo, estimulado e tendo acesso a informações, imagens e marcas que modelam seu interesse. O que faltava a ele era o acesso e a capacidade de renda para comprar os produtos. Bem, a renda chegou. E aquela demanda (que prefiro chamar de emocional pois o acesso ao bem dá a percepção de ascensão e realização social) finalmente pode ser satisfeita. Assim, o consumidor não vai comprar mais do que ele sempre comprou. Vai buscar o que ele gostaria de comprar. Isso que parecia claro no caso da linha branca e de bens duráveis passou agora para os produtos de consumo, especialmente bebidas e alimentação.

Recentemente a revista Supermercado Moderno divulgou pesquisa sobre intenção de compra dos consumidores para o final do ano. As categorias com maior preço médio aumentaram em relação às categorias maduras e com preços populares. Pretende-se comprar mais uísques, vodkas, vinhos do que cerveja. Vinhos merecem um destaque. Imagina-se que as vendas de vinhos de preços muito baixos vão disparar, certo? Errado. Alguns fabricantes de produtos populares enfrentam problemas neste momento. Fazem um produto realmente barato. O consumidor agora, com mais renda, não quer mais o produto barato que não tem respaldo de imagem. Quer um produto percebido como melhor. E migram de marcas. Os reis dos produtos populares, alguns deles, apontam para queda de vendas neste momento. Outros devem seguir pelo mesmo caminho.

A velha regra de construir marca e gerar percepção de qualidade foi abandonada por muitas destas empresas. O consumidor não perdoa. A sede de buscar a camada C estabelecendo que a alternativa é apenas baixar preços é um desrespeito ao próprio consumidor. É como dizer que ele não merece boas marcas nem investimentos em posicionamento correto, criação de identidade e planejamentos de marketing de longo prazo. Tratar bem o consumidor não é baixar o preço. É elevar a imagem de marca propiciando a ele outros benefícios. Ele, também, não quer só comida e não quer só bebida. 

Adalberto Viviani

Fonte: Meio e Mensagem Online, através do link: http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/ponto_de_vista/2011/10/17/A-classe-C-vai--s-compras.html acessado em: 26/10/2011
Foto retirada de: Portal Niterói

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A ditadura dos vendedores.


Para as marcas, a máxima de que 'o cliente sempre tem razão' na relação empresa-cliente já não é mais tão verdadeira.

Não vai muito longe o tempo em era nítida a preocupação das empresas no sentido de agradar e encantar seu público consumidor, com direito à superação das maiores expectativas. Tapetes vermelhos, atendimento cordial, interesse real, softwares de relacionamento, sugestões analisadas e sempre respondidas, treinamento de equipes e atenção aos detalhes são apenas algumas atitudes que perderam espaço na relação empresa-cliente. A máxima de que “O cliente sempre tem razão” já não é mais tão verdadeira.

O que se percebe hoje é que certos cuidados ficaram para trás. Não para todas as empresas, é claro, mas para grande parte. Atravessamos uma fase em que muitas companhias fazem questão absoluta de deixar marcado seu “conceito de negócio” a qualquer custo, mesmo que isto represente incomodar e irritar os clientes. Cada marca, varejista ou prestadora de serviços, criou um estereótipo próprio, do qual ficou prisioneira.

É justo ponderar que o conceito de cada negócio é o que o identifica perante o público, motivo pelo qual é importante que seja bem resolvido, de fácil leitura e bastante divulgado. Ocorre, no entanto, que muitos desses padrões têm se fixado de maneira impositiva, quase ditatorial. É uma postura equivocada, pois não permite à empresa saber o quanto aquilo agrada (ou não) ao seu público. Temos então o ponto de partida para uma “ditadura dos vendedores”, que torna-se hegemônica a ponto de inverter os princípios básicos do marketing e da qualidade.

Neste cenário, o cliente deixa de interessar como indivíduo. Não é mais o centro das atenções e torna-se apenas um número na contabilidade. Agora é ele que deve se adequar aos novos paradigmas e à forma de atendimento que vêm ‘de fábrica’.

No varejo, principalmente em shoppings, é comum que o cliente seja recebido por funcionários vestidos como andarilhos, dizendo coisas inteligíveis, sugerindo algo que a pessoa não quer ou perguntando algo que ela não tem interesse em responder. O incômodo é ainda maior em lojas que subverteram a idéia do que é música-ambiente. Algumas parecem mais uma danceteria, tal o tipo de música e o volume, não importando qual seja o perfil dos freqüentadores. Está dado o recado: cabe ao freguês se adaptar àquilo que a marca julga ser o melhor.

Há ainda exemplos pontuais. São os casos de lojas de roupas que, preocupadas apenas em vender, deixam de prestar a assistência necessária no pós-venda; o comprador que se vire para fazer a barra da calça ou para reparar eventuais defeitos na peça. Ou de redes de supermercados cujos programas de fidelidade oferecem benefícios e descontos irrisórios, que mais irritam do que agradam tal é a insignificância dos valores. Ainda no caso dos mercados, é forçoso constatar que, em nome de folhas de pagamento mais enxutas, foi abolida a figura do empacotador, um diferencial considerável no atendimento.

O caso deste último personagem, por sinal, é emblemático. Cada vez mais despenca o investimento com recursos humanos ou materiais para prestar uma melhor assistência aos freqüentadores de qualquer ambiente. Seja no cinema, onde não mais existe o lanterninha, em lojas de varejo, em que a quantidade de caixas costuma ser insuficiente para evitar filas, ou em eventos esportivos ou culturais, onde o conforto e a segurança do público são artigos de luxo.

Igualmente importantes seriam os esforços para determinar a satisfação de quem consome um produto ou utiliza determinado serviço. Mas nem isso acontece. Muitas marcas resolveram não mais pedir a opinião de seus clientes, essencial para aprimorar o que é oferecido. Em alguns casos, o freguês sente-se até constrangido quando pensa em fazer qualquer tipo de reclamação.

Estes são apenas alguns elementos que traduzem a nova realidade imposta ao cliente. Ainda há empresas que resistem à tendência de impor seus padrões ou considerar como um custo dispensável o que deve ser investido em atendimento. Mas são poucas. A situação só vai mudar quando o consumidor exigir seus direitos. Só então o mercado vai perceber que chegou o momento de deixar de lado o que cada marca ‘acha’ para novamente respeitar o cliente.

Fonte: Meta Análise, disponível no link, acessado em 10/10/2011.
Autor: Paulo Ancona Lopez

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cloud Computing não é uma tendência.




É necessidade. Dessa forma podemos concluir a apresentação “Perspectivas do mercado de tecnologia da informação no Brasil” do consultor de mercado sênior da Frost & Sullivan, Fernando Belfort.
Em recente estudo da consultoria – que teve uma prévia apresentada durante a edição 2011 da Futurecom -, onde foram entrevistadas 50 empresas de grande porte em todo o território nacional, todo o processo que envolve a adoção de cloud computing, assim como as tendências de investimento nos próximos anos, foram postos na mesa. “Falamos com todos os CIOs dessas grandes empresas e apenas 10% deles consideram excelentes seus conhecimentos em nuvem”, afirmou o Belfort. “Esse número é muito baixo, frente a mercados maduros, como é o caso dos EUA”.
Segundo o consultor, estudar a computação na nuvem e maximizar a segurança da informação são as prioridades das agendas dos CIOs dessas companhias. “Eles (CIOs) ainda estão procurando entender no que estão se metendo, vendo quais os provedores de cloud, o que eles fazem, como fazem e, principalmente, como a segurança é tratada por eles”, explicou.
“Dois terços das empresas que a Frost (& Sullivan) entrevistou disseram que vão sim investir na nuvem, ou seja, 66% das empresas de grande porte vão movimentar seus negócios em direção à nuvem”, contou.
Ainda de acordo com os fragmentos do estudo da consultoria que foram disponibilizados hoje, 78% dos CIOs veem a segurança como o principal ponto  para a adoção da computação na nuvem, seguido pelo preço, onde 46% enxergam como ponto importante na escolha de um provedor. “O que é ponto de acordo entre todos os executivos, é que a adoção da computação na nuvem é extremamente importante para a continuidade dos negócios”, lembrou.
Qual nuvem optar?
Quanto ao formato ideal para adoção da computação na nuvem, Fernando Belfort apresentou dados onde 70,4% dos CIOs preferem optar pela nuvem privada, 18,5% pela pública e 11,1% optariam pela híbrida. “66% das empresas de grande porte do País pretendem investir em soluções na nuvem no curto prazo. Ao longo prazo, falamos de 2012, esperasse que a nuvem híbrida penetre ainda mais no mercado, chegando a 18% das escolhas dos CIOs, jogando para 60,6% a preferência pela privada”, examinou.
De acordo com Fernando, o SaaS ainda é a principal motivação para a adoção da computação na nuvem pelas companhias. “Até 2012, a penetração desse tipo de serviço na cloud será de 88%”, afirmou. “Hoje, 85% das companhias buscam a nuvem para aplicar o SaaS”.
Tendência
Segundo o consultor da Frost & Sullivan, a vertical de Comunicações Unificadas está em crescente discussão dentro das companhias, e promete ser a próxima área de expansão e estudos focados no mundo da TI. “Devido ao grande crescimento das cidades e, consequentemente, o trânsito caótico que essa expansão causa, as companhias querem utilizar ferramentas que cortem os custos, otimizem o tempo e obtenham resultados de forma mais rápida, através dessa nova modalidade de ‘proximidade’.

Renato Galisteu
Fonte: CRN
Imagem retirada de: Noturna Posterous