Os iniquietos da Geração Y já têm sua fama no mercado de trabalho; veja sete sugestões para lidar melhor com os mais jovens - e um bom motivo para demiti-los
Por Bárbara Ladeia de Exame.com
Há mais de 20 anos, o Brasil não via uma
juventude tão questionadora – ou, no mínimo, barulhenta. Concordando ou não com
as manifestações e protestos, não
dá para negar que há algo de diferente no comportamento dessa turma - seja na
política ou no cotidiano profissional.
Quem está no mundo corporativo observando o comportamento
desses jovens no
dia a dia do trabalho já percebeu as diferenças há algum tempo. Autoridade e
legitimidade, com eles, só se for conquistada.
O chefe está
com os dias contados – quem manda é o líder. E se eles não se sentirem honrados
pelo seu esforço, saem em direção a outra empresa sem olhar para trás.
Em tempos de mão-de-obra escassa,
muitas empresas não se dão ao luxo de perder os jovens talentos. Márcia
Luz, psicóloga, autora do livro “Agora é pra Valer” (DVS
Editora), dá sete sugestões para reter - e um bom motivo para demitir os
famosos e temidos profissionais da Geração Y da
sua equipe.
1. Não diga que ele está errado
Não adianta falar para jovem que ele está errado, tampouco
mostrar todos os livros e experiências lidas e relidas para provar que uma
ideia ou um projeto tem potencial para não dar certo. A orientação aqui é
lançar mão das técnicas de coaching e ir conduzindo o raciocínio dos
liderados.
“Faça perguntas fortes, que possam colocar a proposta dele
em xeque, conforme ele for respondendo, ele verá que sua ideia pode estar mal
fundamentada e procurará se informar e preparar melhor”, diz Márcia.
“Provocando a reflexão através das perguntas, ele vai montando um plano de ação
em mente.”
E se ele responder a todas as perguntas que pudessem
conduzi-lo à desistência? “Dê uma chance. Pode ser que ele tenha descoberto,
sim, uma saída para algo que não vinha funcionando como previsto”, afirma
Márcia.
2. Busque decisões em equipe
Cabe à liderança conduzir e tomar todas as decisões.
No entanto, os métodos poderão ser debatidos com o time, incluindo os mais
jovens. “O líder levanta o problema e aponta o objetivo. Abrir a possibilidade
debate sobre os caminhos para chegar ao alvo é um bom meio de valorizá-los”,
diz Márcia, que acredita que decisões, quando tomadas em conjunto, ajudam a
valorizar o potencial criativo dos mais novos e faz com que eles se sintam
ouvidos.
3. Seja coerente
Esqueça os discursos pró-forma. Os mais novos cobrarão
atitudes alinhadas com o que você afirma acreditar – por isso, não adianta
dizer que não concorda com a decisão do altíssimo escalão, mas que cumprirá
essas ordens porque “é melhor assim”. “O perfil da chefia vai ter de mudar,
pois eles cobram coerência, não aceitam desrespeito nem decisões unilaterais”,
diz Márcia.
4. Seja claro nos planos de carreira
Não é uma questão apenas de transparência. Eles querem saber
exatamente o que você espera deles, para que consigam galgar postos (e
salários) maiores. “Explique exatamente quais as possibilidades de
desenvolvimento dentro da empresa e quais as competências e habilidades que ele
precisará ter e conhecer para chegar em novos postos”, afirma.
5. Reduza a ansiedade
Se perceber que sua equipe de juniores muito afoita e
ansiosa pelos próximos passos, Márcia sugere calma e um discurso conciliador.
Somada à um feedback, uma boa conversa é infalível. “Eles precisam ouvir sempre
que todo processo tem um tempo de maturação”, diz.
6. Ofereça (e peça) feedbacks
Regra de ouro para lidar com a turma mais jovem: não abra
mão de dar o bom e velho feedback. “Eles querem saber onde estão errando e onde
estão acertando”, diz Márcia. Eles usarão esse conhecimento a favor do próprio
desempenho e, consequentemente, a favor da empresa.
7. Evite a frustração
Mais uma regra magna para a gestão
de pessoas concentrada em jovens – crie mecanismos para
observar o amadurecimento desses profissionais. Márcia menciona programas de
estágio e de trainee. “Com essas ferramentas você consegue ter os mais novos
dentro de casa pelo tempo suficiente para conhece-los e ver se eles têm, de
fato, aderência com o perfil da empresa.”
O contraponto
No entanto, não tenha medo de demitir um jovem e estar
perdendo a grande oportunidade de ter um Mark Zuckerberg dentro da sua equipe.
“Uma empresa não precisa se apegar e achar que tem de aguentar até as últimas
consquência”, defende Márcia.
Para saber se vale a pena dispensar, observe se há postura
proativa – aí ofuscada pela ansiedade e pela falta de direcionamento. Márcia
afirma que, se houver essa postura, bastará fornecer mais feedbacks para que a
rebeldia seja canalizada em eficiência.
No entanto, se a postura é reativa, não vale o esforço. “Se
você percebe que é um jovem que reclama de tudo, com uma postura sempre
reativa, você terá uma maçã podre na equipe”, diz. “Demitir é a melhor opção
para que a pessoa se encontre em uma empresa com seu perfil e não prejudique o
time.”
Fonte: http://exame.abril.com.br/gestao/noticias/7-regras-e-um-contraponto-para-lidar-com-a-geracao-y?page=1
Fonte: http://exame.abril.com.br/gestao/noticias/7-regras-e-um-contraponto-para-lidar-com-a-geracao-y?page=1